quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Magnetizado pela iris

Confusão de cianos e cinzas

Variações em torno de azuis

Aquarelados, umedecidos

Eu, pálido exterior

Gélido, ausente em meu corpo,

Quase morto, incolor,

Sua mão de leve em meu braço

Faz despertar...

Te enquadro no olhar

Te analiso e desejo

Quente, presente

Em laranja, magenta

e o vermelho...

sangue!

Fervendo nas veias.

Cheiros, sabores

Sentidos pulsantes,

Eu, ofegante, ardente, crescente

E de repente...

Teus olhos desviam e se perdem em outros

Nem frios, nem quentes

Castanhos? Não lembro...

Talvez faíscas de verde

Tons seguros, estáveis,

Que já te pertencem

Eu, quem sou eu?

Mais um tom que compõe o ambiente

De presença e ausência indiferentes

Recolho-me e murcho

Aos poucos perdendo a cor

Como um livro entre outros

Que se pega, cataloga

Arquiva e se esquece na estante.